Na Obra, o autor distingue as Leis humanas e as leis da
natureza, mostrando que apesar da diferença as primeiras, tanto quanto as
segundas, não são frutos do acaso: "Elas são as relações necessárias que
derivam da natureza das coisas." As leis dos homens são determinadas pela
natureza do Governo podendo ser despótico, monárquico ou republicano. No despótico
há o governo de um só baseado em suas próprias vontades, seu
princípio é o medo e o objetivo característico é a glória do príncipe; no
monárquico, um só homem tem o poder, mas
submete-se às leis e, por fim, no terceiro, é o povo quem detém o poder propriamente
dito. De todas elas o autor tem sua preferência na Monarquia constitucional
inglesa, pois nesse governo a nobreza controlaria a monarquia. Montesquieu
ensina também que o melhor tipo de governo é aquele que melhor se adapta ao seu
povo. Já as leis da natureza
Montesquieu explica também que as leis que governam o povo
devem levar em consideração o clima, a geografia e outras circunstâncias
gerais, e que, também as forças que governam devem ser separadas e balanceadas
para garantir os direitos individuais e a liberdade. É daí que nasce o modelo
da separação dos poderes em ciência politica, onde há a existência do
Executivo, Legislativo e Judiciário. Para evitar excessos, os poderes
legislativo, executivo e judiciário devem ser divididos entre pessoas
diferentes que são independentes e harmônicos entre si. O poder executivo “ faz a paz ou a guerra, envia ou recebe
embaixadas, instaura a segurança, previne invasões”. Já no legislativo “ o príncipe ou o magistrado cria leis por um
tempo ou para sempre e corrige ou anula aquelas que foram feitas “ e
no Judiciário “ele castiga os crimes, ou
julga as querelas entre os particulares”
O autor apresenta muitas idéias interessantes em seu texto,
que inclusive são base para sistemas sociais contemporâneos. Contudo, críticas
negativas são válidas. Montesquieu atribui demasiada força à lei, sem fazer
ressalvas. Segundo ele a vida em sociedade está determinada pela força superior
e impessoal da Lei. Todos deveriam se submeter a ela, inclusive o rei. Em um
país como o nosso, corrupto, é complicado considerar as leis de iniciativa de
uma única pessoa ou grupo, dada a arbitrariedade que resultaria disso, tanto
pelo fato da lei ser elaborada pela minoria, tanto pelas conseqüências que
aquela lei arbitrária traria.
REFERÊNCIA:
Livro: O espírito das Leis de Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu, conhecido como Montesquieu.
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